terça-feira

Depoimentos sobre Bullying

   Eu, Gustavo, estudante da 8ª (oitava) série, sofri e sofro Bullying até hoje. Só por que eu sou emotivo, gosto de ficar no meu canto, gosto de fazer poemas.
   Achei um amigo na 6ª (sexta) série que tinha mais ou menos a ver comigo. Nos conhecemos e ficamos amigos, muitos amigos. Começamos a andar juntos.
   Passávamos quase todo o instante juntos. Do nada surge um boato que eu seria GAY. Engoli a seco, mas não agüentei muito. Conversei com as professoras, me ajudaram nesse momento difícil da minha vida.
   Alguns dias, meses passaram, mas o pesadelo voltou a me atormentar. Conversei em casa, a minha mãe foi na escola, conversou com a diretora, professores, até que tudo voltou ao normal.
   Mas esse ano voltou ao tal pesadelo. Mas com muita coragem, consegui vencer, pelo menos nesta escola, o tão amedrontado BULLYING.
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   Sofri Bullying quando eu tinha 11 anos de idade. E  isso durou até os meus 15 anos mais ou menos. Não foi na escola, como em muitos casos. Foi em casa, na verdade no meu condomínio.
O autor era um garoto, um pouco mais velho que eu, "brincalhão", inventor de apelidos, gozador... O pessoal gostava dele, eu também achava ele legal às vezes... Mas, ele gostava era de se aparecer e, infelizmente, de se aparecer rebaixando o outro. No caso, eu.
   Ele inventou um apelido para mim, fez uma chacota de uma característica física minha. Na época, aquilo me incomodou MUITO!
   Eu era adolescente e, nesta fase, eu me sentia insegura, queria era brincar, jogar bola, e não ficar me arrumando sei lá... No entanto passei a me incomodar tanto com o apelido que comecei a me sentir feia, não queria mais ir nos aniversários do prédio, eu tinha MEDO dele.
   Sei lá, tinha medo de estar ali junto com a galera e a qualquer momento ele soltar o apelido e começar com as gozações...
   Além desse frequente constrangimento, um dia, ele fez uma lista com o nome de todas as meninas do prédio. Nesta lista, ele colocava algumas características delas... e no meu nome estava escrito coisas que me fizeram chorar.
   Lembro-me do momento em que li a carta e, calculando... Já faz uns 13 ou 14 anos! Que absurdo, vejam como marca. Toda vez que me lembro dele, ou que eu encontro com ele (é raro) tudo isso vem em minha cabeça, e hoje eu me pergunto: Por que eu não contei aos meus pais?
No fundo eu tinha vergonha porque aquilo realmente me incomodava, e me incomoda um pouco até hoje. Mas, agora sei que existem coisas mais importantes para o mundo e para mim do que pensar: puxa, porque eu nasci assim!? Mas, naquela época, aquilo era tão grande e imenso que me sufocava...
   Não fiquei mais forte passando por estas situações. Muito pelo contrário, me tornei insegura. Acreditam que tem gente que acha que passar pelo Bullying torna o alvo mais forte? Arrumem outro jeito de nos fazer aprender a lidar com os males da vida vai... Pelo amor de Deus!
Quando eu mudei de prédio, tudo passou... Mas só passou porque, digamos, “eu me mudei do problema”. Definitivamente não é a melhor solução, pois fico a pensar: e se eu não tivesse me mudado?
   O que quero dizer é que não é fácil conviver com nossos defeitos, principalmente quando alguém faz piada dele. Mas, quero que saibam que é preciso caminhar e continuar... Peçam ajuda!
Não fiquem quietos... Vale pensar: puxa porque isso me incomoda tanto? O que eu posso fazer? Mas não é fácil mesmo, aliás, é muito difícil!
   Hoje eu não sinto nada de ruim por ele e sei que, da mesma forma que eu não sabia que isso era bullying, ele também nem pensava sobre suas ações, era um sem noção. E pior, ninguém dizia a ele para parar, já que a turminha do prédio ria das piadas dele também, o incentivando mesmo que sem querer...
   Por isso, quanto mais pessoas souberem o que é o Bullying, mais pessoas poderão dizer que não gostam destas “brincadeiras” e, também, mais pessoas poderão dizer ao autor de bullying o quanto ele é mala e sem noção das consequências de seus atos!
   Enquanto isso não termina, acredite que há mais razões na sua vida para sorrir do que para chorar, é preciso acreditar!

                                          Carolina Giannoni Camargo

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